

Um Estado ideal tem um tamanho adequado, é ágil, eficiente, busca diminuir as desigualdades e tem um comportamento amigável com a produção de bens e serviços.
O Estado Brasileiro é gigantesco, paquidérmico, voraz como uma nuvem de gafanhotos, ineficiente e gasta uma energia monumental para atravancar o setor produtivo, dificultando e, muitas vezes, inviabilizando a vida dos empreendedores.
Não é só que o Estado não funciona direito. Ele realmente não funciona, pois gasta muito e entrega serviços deploráveis. É mais do que isso: ele funciona ao contrário dos interesses da sociedade, dizendo agir em seu nome.
Para o Prêmio Nobel de Economia Jean Tirole, “reformar o Estado significa transformá-lo num instrumento que colocará a economia para trabalhar pelo bem comum”.
Numa lista de 28 países que competem conosco no mercado internacional, o Brasil é o 28º em tempo requerido para cumprir obrigações tributárias e em abertura comercial e 27º em carga tributária. Também somos péssimos em média de anos de estudo da população e sofríveis em infraestrutura.
Nosso Estado também é uma monumental fábrica de desigualdade. Os funcionários públicos ganham 96% mais do que ganham trabalhadores com tarefas similares na iniciativa privada. Além disso, eles têm estabilidade e, na Previdência, integralidade (se aposentam com o último salário, independentemente do quanto tenham contribuído ao longo do tempo) e paridade (recebem aumentos como se na ativa estivessem). E muitos têm 45 ou até 60 dias de férias.
O Brasil compromete 1,5% do PIB com o Poder Judiciário, que deixa muitíssimo a desejar. Só com a pitoresca Justiça do Trabalho, o Brasil gasta mais do que se despende todo o Poder Judiciário de países como Estados Unidos, Inglaterra, França e Itália.
O nosso déficit público, resultado principalmente da ação irresponsável dos governos do PT, está batendo nos 100% do PIB, desestimulando os investimentos. Em 2015, a Eletrobras deu R$ 14,9 bilhões de prejuízo e a Petrobras, R$ 35,1 bilhões. Não há orçamento que aguente.
Por quais fatores um Estado eficiente se distingue? Segundo Antônio Marcos Hoelz Ambrósio e Sérgio Guimarães Ferreira¹, são quatro os principais vetores:
A situação está insustentável e parece haver um amplo consenso sobre a necessidade de se alterar, sem trocadilho, esse estado de coisas. Não é fácil vencer os interesses das corporações, sempre atentas e organizadas para se defender. Mas a sorte está lançada: ou o Brasil reforma o Estado ou o Estado acaba com o Brasil.