Como conceituar e mensurar a felicidade do brasileiro?

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19 de maio de 2023

Como conceituar e mensurar a felicidade do brasileiro?

Debate no Cosenp da Fiesp traz esses aspectos

Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

A felicidade na vida do brasileiro foi tema de exposição de Rubens Figueiredo, nesta segunda-feira (16/10), no Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política (Cosenp), presidido por Michel Temer.

Figueiredo é bacharel em Ciências Sociais e pós-graduado em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) e integrou o Conselho de Comunicação da presidência da República na gestão Temer.

“O brasileiro é feliz?”, “Faz sentido falar da felicidade de um povo?”, questionou o expositor na abertura de sua participação. Há a felicidade pontual, de um momento, e a felicidade resultante do balanço das realizações ao longo da vida, explicou o convidado.

A felicidade pode ser avaliada por vários ângulos, entre eles, os sociológicos, culturais, econômicos, políticos, fiscais e burocráticos, E, apesar de ser um conceito subjetivo, as pesquisas sobre o tema conseguem mensurar dados que se tornam objetivos, colocou o expositor.

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A desigualdade dificulta a compreensão do conceito de felicidade, e citou que 46% dos brasileiros ganham até R$ 1.320 por mês, 45% dos domicílios não têm esgoto e quase 72 milhões estão inadimplentes. Mas o brasileiro ocupa a 3ª colocação no uso de mídias sociais e a 2ª posição no uso de WhatsApp, ou seja, é conectado.

Em termos de Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil é a 10ª economia mundial, mas em termos de PIB per capita cai para a 63ª posição. Tem a 3ª maior população carcerária do mundo; em educação, ocupa a 40ª posição, ou seja, o penúltimo lugar no ranking mundial, e lidera em índices de violência.

De acordo com o expositor, o Brasil é o país mais ansioso do mundo: são 19 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Já em pesquisa Datafolha, 33% dos brasileiros se consideram ansiosos (23% dos homens e 38% das mulheres), o que significa 52 milhões de pessoas sofrendo de ansiedade.

O Brasil ocupa, mundialmente, a 38ª posição, entre 146 países, no ranking da felicidade. Na América Latina, tem o 1º lugar, estando à frente do Chile, Argentina e Colômbia, por exemplo. No Brics – grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico, composto por China, Rússia, África do Sul, Índia e Brasil – nosso país é o mais feliz de todos.

Para Rubens Figueiredo, em sua gênese, o brasileiro é feliz por uma série de fatores, entre eles, por conta de suas raízes musicais, do carnaval, do futebol. Afetivo e receptivo, fruto da miscigenação de diversos povos, o brasileiro é criativo e gosta de improvisar, apesar de demonstrar certa desorganização.

Em sua conclusão, afirmou que o brasileiro, apesar de todos esses reveses, tem concepção diferente da felicidade e enfatiza a esperança diante das dificuldades. O brasileiro é mais leve, tem um jeito de ser feliz diverso de outros povos, apesar de não estarmos bem nos rankings mundiais. “A felicidade não é igual para todos os povos”, concluiu.

Figueiredo ainda brincou ao citar Luís Fernando Veríssimo, “no Brasil, o fundo do poço é só uma etapa”, e “o Brasil tem um enorme passado pela frente”, frase de Millôr Fernandes, comprovando o bom humor típico do brasileiro.

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